segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Menino da Parede


O Menino da Parede  >>>Completo<<< Ficção

Morava um belo menino de cabelos pretos com olhos castanhos e grandes, habitava ele e seus pais em um pequeno vilarejo de Ihay, no sul da Ásia. Sua família era bela, com uma educação inglesa e modos de pura nobreza, todos do pequeno vilarejo os rejeitavam, por ser classe media e com um ótimo padrão de vida.
          O belo menino se chamava Shaian, era belo e formoso, vistoso aos olhos de quem o via, muitos se perguntavam:
-Por que ele é tão lindo, mesmo com pouca idade?
-Só 14 anos e é belo, como pode? Será?
          Mesmo com tantas perguntas sobre a formosura que nele havia, amigos nenhum ele tinha. Sempre abatido e com os olhos cheios de lagrimas, na janela ali ele estava, ao ver as crianças brincarem e sorriem e ele ali apenas suspirava e deixava as lagrimas rolarem, e viver um sonho de ter um amigo.
          Certo dia Shaian escuta um toc toc vindo do quarto de visita, pequeno com uma simples cama de madeira velha, e um fino colchão. Assustado ele vai até o pequeno quarto e olhando com aqueles olhos grandes e castanhos, curioso os seus olhos percorrem todo o quarto em fração de segundos, mas nada ele viu.
         Ao se retirar do quarto e fechar a porta, ele escuta novamente toc toc. Assustado e com medo, ele vai novamente e abre lentamente a porta e vê um rosto dentro da parede, com os passos bem de vagar Shaian se aproxima e toca o rosto que estava na parede.
(GRITOS)

Shaian sai correndo do quarto, e vai para o seu quarto e se tranca nele. Passa as horas e os minutos, Shaian no seu quarto trancado com os pensamentos fitados na parede, com as mais claras perguntas sem as miseras respostas.
         -Quem será? Mais como pode? Será que tem alguém lá? Ainda vou descobrir ah irei!
          Ao longo do dia ele tenta responder as suas perguntas, mais sem as respostas. O dia se passa e ele decide sair quando escuta a porta se abrindo e ouvindo as vozes dos seus pais. Shaian faz de conta que nada aconteceu naquele lugar. No outro dia Shaian mais curioso volta para o pequeno quarto e senta a uma distância curta entre a parede e ele. Shaian, sem perceber depois de passar umas 2 horas sentado diante da parede, Shaian adormece. Ao acordar percebe que estava grudado na parede e uma mão de pele morena clara sobre a sua testa o acariciando, assustado, mas sem se mover, Shaian pergunta:
          -Quem é você?
          Com uma voz meio retorcida e com um sotaque meio que distinto responde:
          -Sou Fanli.
          -Sou Shaian
          -Prazer Shaian.
          Mesmo que na inocência e na curiosidade Shaian já começa a bombardear o Fanli com as suas perguntas, mas agora com a convicção de claras respostas.
          -É um grande mistério Shaian.
          -Qual mistério?
          -O mistério que não poderei revelar, sou condenado por ele.
          -Condenado? Mais por quê?
          -Não posso no momento, com o tempo descobrirá!
          -Shaian sem muito entender do porque do tal mistério, Shaian começa uma conversa para tentar abrir uma pequena brecha para descobrir o mistério.
          -Qual é a sua idade Fanli?
          -17 anos.
          -Quanto tempo está na parede?
          -Faz uma geração!
          -Uma geração? Mas como?
          -Dura Mahan.
          -Mahan? Quem é esse ser? E me mostra o seu rosto?
          -Não poderei realizar essa sua inquieta vontade, mas Mahan, essa sim tenho medo.
          -Por que medo?
          -Mahan, era uma moça linda, asiática, mais com um toque diferente, parecia ser do norte da China. Mais ela tinha seus mistérios. Mahan tinha os olhos verdes e falava vários idiomas, mais ela nunca havia estudado idiomas na vida, e isso a fazia misteriosa.
          -Como ela sabia se não havia estudado?
          -O povo dizia que ela era bruxa, mas nunca acreditei. Shaian  eu não acredito nela, ela é louca.
          -Como assim louca? Eu não estou entendendo mais nada.
          -Shaian, ninguém era amigo dela, por pensar que fosse uma bruxa. Por que Mahan morava aqui nessa casa, ela era formosa, bela, um desejo de mulher, uma deusa da terra, igualada a vossa beleza.
          Um dia eu me tornei amigo dela, fomos grandes amigos por um longo tempo, eu sempre dormia nesse quarto, e ao acordar sempre estava ela sentada no chão me olhando com aqueles olhos verdes, te confesso, às vezes eu me assustava, mais éramos grandes amigos. Esse pequeno quarto, era considerado meu e dela, aqui brincavamos, contavamos contos, e aproveitavamos o tempo e ela me ensinava outros idiomas, até que um dia ela se apaixonou por mim e sempre se declarava  com os mais belos versos de amor, e com as mas dignas poesias que o homem já ouviu, mas mesmo assim eu não gostava dela. De tanto ela insistir um beijo meu, um dia de tarde, com um sol radiante que iluminava todo o quarto, atravessando a janela suja de poeira, eu inocente me entreguei ao seus encantos e sonhos de fluir em meus lábios com um beijo de esperança de um dia eu ama-lá. Após realizar o grande desejo do seu coração de um beijo, ela me fitou com os seus olhos, e disse:
-Você será meu e de mais ninguém, todos que te conhecem, nunca mais se lembraram de ti, e seus passos nessa terra será apagados e jogados na imensidão do esquecimento, e os olhos brilharam e os teus olhos se tornarão únicos, na parede permanecerá, e ali descansará, até que amizade seja feita, vidros quebrados, sangue fluirá e verás a realidade, e seus lábios se tocarão e da parede jamais voltará. E o seu real amor encontrará!

            -Eton min, nuynon tron, ta akanshy vren wh noctuou friqsa.

-Após essas estranhas palavras, Mahan beijou essa parede e os meus olhos se fecharam lentamente e adormeci, quando acordei, na parede eu estava e a casa estava vazia, e nesse quarto isolado fiquei sem a visita da Mahan e de mais ninguém. Passei os meus dias refletindo no que ela falou, e aos poucos fui conseguindo me acostumar com a ideia de estar na parede desse quarto preso por um amor não correspondido.
Shaian aterrorizado com a história que Fanli contou, se comoveu com o fato, e triste ficou. Os dias se passaram e a amizade de ambos fluía como cachoeira nos seus dias de glórias. Ao longo do tempo a simples amizade crescia fortemente, Shaian, já na janela não ficava mais com os olhos cheios de lagrimas por estar só, agora acompanhado de Fanli, seus pais jamais desconfiaram da amizade de Shaian e por não ir brincar com os meninos do pequeno vilarejo.
            Um dia de verão o sol brilhava mais do que nunca, não estava quente e nem abafado, apenas o sol brilhava forte, Shaian do seu quarto ouvia batidas na porta da sala, que permanentemente não parava de bater, ao se locomover até a porta  o abriu, meio com os olhos um pouco fechado ainda de sono, um menino asiático na sua frente estava.
-Oi, nossa como os seus olhos brilham, você gostaria de brincar de bola comigo? Sou novo aqui no vilarejo e me disseram que vivia um menino nessa casa, você quer brincar?
            Maravilhado com o convite, mas que de presa Shaian responde;
            -Sim.
            Shaian com plena felicidade o seu sorriso resplandecia por estar no lado de fora da casa para brincar. Os dois felizes chutavam a bola um para o outro e cada vez mais alto e mais forte, Shaian com tanta felicidade, não mediu a força do seu chute e acabou quebrando o vidro amarelo de poeira do pequeno quarto onde Fanli ficava, assustado deixou o seu mais novo amigo e correu para o quarto, mais que de presa a limpar os cacos de vidro, Shaian com a tal presa, acabou cortando os dedos, Shaian ficou desesperado pois começou a escorrer muito sangue dos dedos, e sujando a sua camisa de sangue tentando estancar o sangue, Shaian escuta um grito estridente que saia da parede, um grito enlouquecedor, mais apavorado com o sangue e com o grito, a parede começou a se abrir mostrando um horizonte escuro e sombrio, uma mão começou a surgir lentamente para fora da parede, o tempo parou e Shaian ficou paralisado, Fanli da parede saiu, um corpo de menino-homem com a pele morena clara e com os olhos cinzas e cabelos brancos e com um rosto perfeito, Shaian não se movia, paralisado ficou, Fanli se aproximou e tocou os seus lábios nos de Shaian e disse:
            - E os olhos brilharão e os teus olhos se tornarão únicos, na parede permanecerá, e ali descansará, até que amizade seja feita, vidros quebrados, sangue fluirá e verás a realidade, e seus lábios se tocarão e da parede jamais voltará. E o seu real amor vai encontrar!

-Eton min, nuynon tron, ta akanshy vren wh noctuou friqsa.



Jean Wendrell G. Santos
20/02/2012

2 comentários:

  1. Oi querido Jean,

    Excelente texto, rico de conteúdo e de semântica.

    FELIZ ANIVERSÁRIO, DE CORAÇÃO!

    Beijos de luz.

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