sábado, 3 de setembro de 2016

Mudanças

As mudanças


As mudanças frenéticas
O tempo passa e nem percebemos como somos no dia a dia


Viver uma aventura
Tentar mais nas alturas
Sonhar e ver de perto
Perder e ganhar no futuro.


Construir o passado no presente
Sentir a brisa
Viajar e sonhar.


Ler e ler mais,
Curtir os momentos
Não deixar para depois
Ser diferente.


Tomar atitudes,
Beber com calma
Beijar com prazer
Amei te conhecer.
Perder as noites
Ganhar o sol ao teu lado
Viajar com os teus lábios
Delirar no teu corpo


Celebrar um mês,
Beijar mais um,
Tê-lo no meu dia
E saber que estás aqui.


Um copo de vinho me basta


Um sorriso não me sacia
A flor exala a alegria
O vento te renova


Abraçar-te é viver
O tempo não existe
As pessoas se tornam figurantes.


Aos nossos passos


O tempo se esvai por meio dos dedos.
Mas algo fica.
Minha mão encharcado com a tua
Para guiar e ser guiado.


Algo flui e sinto
Sinto que ali entregamos
O nosso tempo um para o outro.




Taj Naej
Um dia em que tudo fez sentido, só não me lembro quando.
Leia do final para o início, de baixo para cima.






segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

August e os olhares

          A música ecoavam em seus ouvidos, gravados de pequenos anos já ouvidos que, em poucos anos de vida e de muitas histórias vividas e transvivida de cada olhar, passava diante de quem a música se ouvia. Enquanto se agravava mais a quantidade do tempo que se percorria, August olhava em volta, sente o aroma da vida, as corres reluziam vida em todos os lados, os passos ligeiros faziam aquarelas diante de todos. Tudo que acontecia em sua volta, sentia-se o ser mais único e especial. Nada podia conter aqueles momentos de olhar as vidas com suas vidas, pois nada pode ser comparado com a vida de cada ser.
          A música que lhe inundava os ouvidos e sentido no próprio íntimo. Traz lembranças e sensações, retomam a vida com pensamentos ricos de emoções, sensações, atos, fatos, conversas com parentes, amigos, conversa de vizinho, em igrejas, casas, parques, ou seja, no universo. Sendo que tudo é vivo para August e pelo August. Tudo se passa nos próprios olhos, o que enche e aumentam as alegrias e sensações.
          Mas ao mesmo tempo, os olhos de que olhava, se passava uma longa história de quem imagina. As lembranças podiam ocorrer ou não, marcado pela música, ambiente, situações. Mas entre todas elas eram as circunstâncias, o que se torna uma vida outra vida, tudo e todos tem um pouquinho de cada essência. Acabou a música, o ouvido já se saciou, as lembranças se passaram em um piscar de olhos, o tempo incontável, considerava August como a velocidade das pálpebras, tudo se foi sentido, refletindo e transvidido nas essências de cada ser.


Jean Wendrell
06/12/2015

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A CARTA DA VELHICE

 A CARTA DA VELHICE

Uma cidade frenética, sorrisos largos, passos ligeiros e vagos, sons diferentes e iguais atordoavam os ouvidos. Berros e sirenes, um era criança, outra emergência, tudo era diferente do anterior, bistrô cheio, vazios, pouca gente, ocupadas com frases aleatórias, sons e ruídos entre os passos dos atendentes.
A calçada velha, recapada, raízes tentando saltar o cimento quebrado, uns rachados, ou até mesmo sem ser feitos. Aqueles passos ligeiros desviavam das pedras e raízes.
As raízes que respiravam com dificuldade, reviviam as imagens de outrora, sorrisos vazios sem dentes, mas com a alegria surpreendente.
Dois senhores já de idade avançadas conversavam de pernas cruzadas, mãos com os dedos entrelaçados moviam-se sem separá-los. Café na mesa, livro aberto, jornal desorganizado, folhas rabiscadas como tinta azul, poucos números soltos pelas folhas davam um toque de algo contábil.
Os velhos com sorrisos largos falavam, cantarolavam, faziam piadas e até mesmo falavam uns palavrões, mas nada deixava de escapar dos olhos aquela calçada que as pessoas desviavam. — que boa memória essas pedras revelam! Como o tempo passa! — dizia o senhor de pele branca e cabelos curtos, já o outro de roupa simples, óculos e com o livro sobre o colo, balançava a cabeça confirmando a fala do companheiro, e que cada palavra emitida, soada de cada boca, batiam-se nas orelhas e voltavam como sorrisos e lembranças tão distantes.
Os goles de cafés, folhas viradas, sorrisos transparente de felicidade. Que tarde, melhor dizer, fim de tarde, dia cansativo de leitura, estudos e desejo de conversar.
- Como antes era tudo diferente! O sol continua o mesmo, mas as páginas dos livros já lido e relido traz imagens de lembranças fixadas no tempo e com os reais detalhes e sensações.
- Concordo contigo! Lembra dos parques? Aquelas tardes frias que íamos correndo para um lugar quente e aconchegante, você com aquela vontade louca de me ver e conversar.
- Sim! Aqueles cafés que tomávamos, os sucos de laranjas! Tudo nos vem à memória com um simples toque de algo no nosso paladar para retomarmos a vívidas sensações e ações de estarmos próximos.
- Claro, mas tudo fazíamos diferente, eram momentos marcantes.
- Como você dizia, tudo era especial. Essa calçada na nossa frente, não te traz a memória os nossos dias corridos? Que nem tempo tínhamos para nos vermos? E quando nos víamos todos os dias? Lembra? Era uma correria as vezes para te ver e depois ir estudar.
- A calçada continua a mesma, poucas mudanças, lembra de quando andávamos as pressas sobre ela, até reclamávamos dos ajustes da prefeitura na calçada?
- Pois é, o tempo mudou, a calçada não. Mas olhando para esse café, lembra da nossa formatura? Dos amigos? E aquelas festas que zuavamos um monte com os amigos? Que tempo bom e que continua presente mesmo depois de tanto tempo! Éramos felizes e somos ainda.
- Nunca vou me esquecer daquelas festas, lembra do que você sempre falava?
- Claro que me lembro, como se fosse hoje eu dizendo aquelas palavras.
- E as viagens? Esse pedaço de bolo de chocolate não te lembra algo?
- Sim, as curiosidades de experimentar o novo. Lembra das vezes que eu te dava umas mordidas nos lanches? Comia as batatas roubadas? E você sempre com aquele sorriso.
- Que bela amizade formamos, um companheirismo fiel e sincero.
- Sempre fiel e sincero. Você sempre trocava aqueles olhares, sempre querendo me dizer algo, tínhamos conexões de como se fossemos casados, amante um do outro, aquele amigo inseparável, um do outro, para sempre, até hoje.
- Tantas coisas boas, valeram a pena!
- Sim, as vivi do teu lado. Obrigado.
- Lembra de muitas coisas e que cada detalhe que vemos, tocamos, sentimos, te fazem lembrar de quando o casamento foi feito? Do pedido? Do beijo?
-Lembro fielmente, momentos inesquecíveis. O teu olhar negro e os meus de Escobar. Lembro do sorriso que dei no ônibus, do abraço quente que sentia., do susto.
- Tudo é uma consequência de ago;
- Qual seria a consequência?
- O beijo no parque, o sabor dos teus lábios, o corpo quente e coração acelerado. Eu lembro e fico feliz. Hoje aquela calçada nos mostra uma realidade.
- Qual?
- A realidade de nossas mãos estarem entrelaçadas.

Jean Wendrell

12/09/2015

domingo, 26 de julho de 2015

Poltrona

Rasgo-me a alma com os pensamentos.
Escuto os meus passos vagos,
Corredor estrala,
Paredes gemem!
Alguém sussurra aos ouvidos,
Putas, putos gananciosos!
Vertem luxúria nas noites gélidas,
Transpassam o amor, tornam-se belicosos.
O meu peito ecoa distante,
pensamentos turvos atacam a alma,
tocam as veias.
O vento esbofeteia a cortina.
Fim do túnel com poltrona.
Gasta e velha, alívio de mentes!
Suas duas últimas amigas,
Lamentam os pensamentos.
Curvam-se as dobradiças.
Poltrona não aguenta e geme.
Velho morrendo!!!
Janelas gritam, flor baila!
Mais um que a mente leva,
Mente que mente.
Sábia amiga, leve e suicida.
Corajosa ao vento.
Mente pegajosa.
Bloqueia o sangue,
Enfurece o coitado.
Morte da mente.
Mente da morte?
Morte da mente?
Fim do túnel,
Fim da vida.
A viva poltrona
Anseia por mente!
Pensamentos mentem,
O chão se toca,
O corpo bailara loucamente,
Perdido, alma rasgada!
Na queda se foi,
Mais uma mente,
Ideias da mente, maldita poltrona!
Confortou-lhe a mente!
Jean Wendrell
15/07/2015

O vento


O vento esbofeteou-me.
Esfolou-me a cara,
Partiu a vergonha alheia,
Sorriu envergonhada.

Dança entre as nuvens,
Flutua sobre os meus cabelos,
Curtos e tristes
Tento sorrir.

Como velho bravejo,
Vasculho os cantos,
Nada a declarar.
Que tempo louco.

O relógio me avisa,
Hora de voltar.
Punhos cerrados,
Luto contra o vento.

Não vejo os teus olhos.
Meu rosto esquenta,
Brisa gelada, congela a minha alma.
Tento sorrir.

Jean Wendrell

21/07/2015

sábado, 25 de julho de 2015

Triste parque

- Opa, desculpe!
- Que isso, acontece as vezes.
Que sorriso lindo! As curvas do lábio moldava-lhe o rosto, o contorno da barba se exibia a cada movimento labial.
- Sim, mas não acontece dessa forma brusca de uma corrida no parque.
- Tudo bem… Bom, eu já vou indo. Boa corrida!
- Obrigado!
O diálogo não se estendeu muito, mas o depois que foi interessante, vivemos intensamente, mas vamos por parte, lembra que te liguei? Aí que começa a história.
Após eu ter me esbarrado bruscamente em você no parque, parei de correr e caminhei muito, caminhei pensativo. O teu sorriso radiante, atrativo e vivo, emergia entre os meus pensamentos, como se já te conhecera antes.

Oh luz que apaga da memória a solidão que outrora ali se encontrava.
Na aurora assim tão bela que me fez deixar cair a lágrima, como cai a gota do orvalho.
Na visão da beleza que me dominava, nos sabores de luzes que se refletiam no lago.
Lago onde os cisnes nadavam, as crianças brincavam e os adultos se apaixonavam.
Ali se foi a memória e a lágrima que outrora se encontrava você na sua doce beleza.
Que a aurora o apagou da minha memória a solidão, as cores e sensações e com a tua beleza infinita, me fizeram feliz ao ver teu sorriso!

Depois daquele singelo momento, nossa vida mudou, te liguei, conversamos, saímos com mais frequência, dançamos muito! Cada beijo seu era uma fonte de vida para os meus lábios, os teus toques fazia-me ressurgir como a Fênix! Ah toques! Que perfeito deus és, formaste dentro de mim uma viva alma, não viverei sem você nos meus pensamentos, que loucura!
-Hey! Desculpe-me, mas qual é o número do teu telefone?

Jean Wendrell

25/07/2015

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Boa noite!

Boa noite! Má noite! Divina noite! Fria e chuvosa noite!

          Uma boa noite não é adequada, nem todos passam uma noite boa, por que então dar a boa noite a alguém? Será que é recíproco? A minha noite está tranquila, chuva sim, ah chuva que umedece a minha cama, afofa as minhas gramas, cobre com a sua vida sobre as minhas flores. Não se preocupe chuva, quando você parar, as minhas velas poderão ser acessas de novo.
          O meu caminho é tão claro que a luz do sol se torna inútil. Verei negro, escuro, sem ar, mas sentirei a solidão de perto por eternidade. Não te escuto mais, oh mãe natureza, rainha do deserto, senhora das montanhas, deusas das matas. Acorrente-me em teus braços, me envolva com o teu manto, tenta me aquecer com as tuas raízes.
          Livra-me das lamúrias, súplicas, valores e sonhos. Faz-me um filho órfão que sempre sonhou. Realize os sonhos de quem um dia passou diante dos meus olhos. Unge com a gota do arrependimento, das lágrimas atrasadas, da dor interna que dilacera a alma. A boca que tocaste os meus lábios, faça-a sentir o salgado que escorre dos olhos.
          Oh senhor do tempo! Transcrevas as minhas palavras por eternidade, toca-lhes a alma, faça-as sentirem o amor de um homem perdido no século XXI, fazendo-os reviver as sensações do passado.
Não sou digno em ter uma outra chance nessa época, viverei e lutarei para ser melhor futuramente. Use as minhas palavras para escrever meu testamento, conte os meus casos, os desejos, os gostos. Fale de mim, sonhe comigo, me veja como crês que estarei.
          Leve consigo os meus versos, rasgue-os se quiser ou se aqueça com eles nas noites frias. Olhe para os céus à noite, finja que me vê nas estrelas, não derrube nenhuma lágrima, pois já o fiz, guarde-a para a tua velhice.
        Não me fale de religião, não acenda nenhuma vela, me deixe pensando, só com as minhas flores eu quero estar. Não são reais as palavras, as orações guardem em vidrinhos para usar como enfeites na estante.
      Os abraços já frios, aqueça-se em outros corpos, pois de tanto sentir a falta deles, dormirei eternamente sentindo-os como uma simples lembrança vaga.
Amigos e colegas, sorriem para o amanhã, esqueça do passado, costure o peito com linha e agulha, deixem as marcas como um livro para gerações futuras, ensine-as crianças a não errarem.
          Aqui deixo os meus sonhos, que mumificados estavam a tempos.
      Uma boa noite a todos, sei que não será recíproca, pois dormirei eternamente nesta noite e sentirás minha falta.

Jean Wendrell

22/07/2015