quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mini-Conto ''O Amanhã será melhor...''

          Vejo o sol raiar meio tímido atrás das nuvens que o esconde... Pelo a fresta da parede vejo com um olhar triste e pequeno, vejo o sol dar o seu brilho como presente no meu humilde dia. Numa casa de duas peças, onde não há janelas e não entra iluminação ou ventilação, a única luz e ar que entra é através das frestas nas paredes de madeiras com papelão e pelo o teto onde há uns furos, manchados pelas as águas das chuvas que cai sobre a casa, onde ficamos inseguros e molhados. Perto da valeta que corre atrás de casa o mau cheiro vem em nossas narinas ao respirar o ar. Me desperto nos latidos do meu cachorro que nem tem raça, é um vira-lata, mais o considero um pitbull valente e corajoso, que enfrenta as noites frias e geladas e nos dias de sol escaldante do verão e até mesmo sem comer ou sem beber.
         Me levanto meio sem forças, pois não jantei apenas tomei um copo de água e dormi num fino colchão no chão para dar lugar para o meu irmão de 2 anos na cama.
         Vejo encima da mesa um bilhete... Que estava escrito: Vouto tarde. As. Mai.
Pela letra vejo que foi a minha mãe que escreveu. Hoje como um dia normal para mim. Vou para rua brincar com os meus amigos, jogo bola com eles, com os meus pés descalços piso no asfalto, sinto-o quente e logo volto para a grama que estava um pouco gelada, e me sento sobre ela e admiro os meus amigos jogarem bola com os seus tênis de jogar futebol, com suas habilidades e precisões com a bola, que me deixa com os olhos cheios de lagrimas de vontade de ter um igual, mais deixo essa viagem para outro dia ou até para outro momento onde não haja ninguém ao meu lado para me ver deixar cair lagrimas dos meus olhos e escorrer pela a minha pele morena, queimada pelo o sol do meio-dia nas ruas quentes do sinaleiro.
         Ouço de longe as mães dos meus amigos chamarem eles para almoçar, sem perceber eles desaparecem da minha vista. Me levanto e sigo a andar de cabeça baixa à chorar. Não olho para os lados para que ninguém me ver com os olhos cheios de lagrimas pelo o caminho, com o sol escaldante do meio-dia. Reparo que as pessoas reparam no meu jeito de andar pelas as ruas da cidade grande. Me acerco da minha casa, olho para ela e vejo um barraco sem condições de existência naquele lugar, a terra úmida e o mau cheiro, entro-a dentro dela e me deito no fino colchão que há no chão e me ponho a chorar, a chorar pelas as coisas que não tenho, por que sou diferente? Por que eu não como? O que há de errado comigo?                        Não mereço. As horas se passam e a noite chega e acordo já tarde da noite e vejo a minha mãe com o meu pequeno irmão dormindo e um pedaço de pão que vejo na mesa, Mais... Mais... Deparo com uma ratazana sobre ele devorando rapidamente.
          Me sento e tento me confortar, na miséria que me encontro, me ponho a chorar, de um passado sem história, de um presente sem meio e de um futuro sem começo, de uma vida triste, de fome, num barraco, de meio pão, de um rosto queimado. O que me resta é dormir. Pois o amanhã será melhor...


By: Jean Wendrell
11/08/2011

Um comentário:

  1. São poucas as pessoas que olham como vc olha o mundo, o jeito de como vc fala com tanta propriedade é de se encantar, o enredo e a colocação de cada palavra que acrescenta curiosidade ao fim da leitura e plausível, continue com esse talento que capta e transmite a sensibilidade que nos habituamos a não sentir... Felicidades e Bom Trabalho!

    Jéssica (LC)

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