quinta-feira, 30 de abril de 2015

O BAR

Último copo trouxe o garçom.
Fino e gentil, deu-me um sorriso.
Entregou-me com medo, bateu em retirada.

As mariposas pairavam para a morte,
Tudo quase tão escuro, ofuscava meus olhos,
Me deu arrepio.

Ao longe os seus olhos me fitavam,
Fiquei com dó.
Mãos entrelaçadas,
Bochechas rosadas,
Menino meigo.

O bar foi se esvaziando,
As pessoas alegres saíram,
Clima pesado ficou!
Uma lampada sobre mim queimou!

Um mosquito lazarento, acabou com o momento.
O garçom de longe me fitou,
O mosquitou chamou-lhe a atenção,
Benditos movimentos brusco, mas a matei!
Lazarento!!! Bendito!!! Bradei em meu interior.

Menino tímido, olhos ao fundo, rosto corado.
Uma ordem dada, dois copos nas mãos.
Que dó, as mãos trêmulas ao meu encontro veio.
Deu-me um malicioso sorriso,
Presenteou-me com um papel.

Escrito estava: Não sou do mundo,
Sou artista da vida,
Do amor, da angústia,
Toquei teu rosto, barba, pescoço e,
E nem imaginou!
Toquei teu coração, me amou primeiro.

Levantei-me e o beijei.

Jean Wendrell

31/03/2015

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