O tempo passa como o ponteiro do
relógio. O vento apaga as memórias do tempo em cada fio, todos
pensam que é experiência, mas se enganam. Ninguém conhece, ou
seja, ninguém saberá, podem ouvirem, sentirem, passar e vivenciar o
mais próximo, mas só os cabelos que o tempo os deixou pálidos sem
vida, a conhece muito bem.
As angústias de cada pedaço de pele
que se enruga, flácidos lutam para se manterem vivos e com força,
pode ninguém ver o que se passou, apenas comentam – pobre coitada
– e – que dó...-
Sinto o coração apertado, vontade de
chorar. Conversar? Que fará eu sem saber por onde começar?
Olhos nos olhos e vejo tristeza da
idade que avança sem perdoar, coração cheio de cicatrizes bate sem
forças, gasto com as batidas sem serem valorizadas. A vejo sentada,
tímida, olhos fugitivos, ninguém do lado, simplesmente sozinha
entre a multidão frenética.
A preocupação jaz no túmulo do
passado e a alegria de uma geração do próprio ventre, que a
desconsidera sem fazer cerimônia.
05/08/2014
Jean Wendrell
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