sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Poema da meia-noite


Hoje confesso que sofri,
A raiva bateu de frente,
Fez-me lagrimejar
E chorei.

Chorei de raiva, de ódio,
De sentimento que nunca senti,
Nem dos momentos em que ouvi,
Não, Sim, de momentos inesquecíveis

Confesso que chorei,
Chorei como uma criança,
Engoli o choro como um menino.
Sabe, menino que chora, então fui eu,

Não sei como dizer, mais sofri.
Não sei se perceberam,
Mas não me olhei no espelho.
Guardei o máximo de mim,
Mas foi injusto da parte dele.
Confesso que chorei de raiva.

Até perdão eu falei, mas não ouviu.
Solucei, mas não ouviu.
Sofri, mas não ouviu.
Escutei, mas não falei.
Doeu, e eu sofri.

Não culpo os céus, pois é noite,
Poupo as estrelas, porque está nublado,
Mas julgo os meus olhos por ter chorado
E minha alma por ter sentindo.
Queria ser pedra.

Confesso que falei,
Falei sozinho, comi um pão
E chorei.
Nem para o espelho eu olhei.
Julguei-me fraco.

Agora não confesso que chorei,
Mas te falo:
Me arrependi, mas ele não sentiu.

Queria ser pedra, ser igual a ti.
Queria ser a terra do nordeste,
Para poder ser forte.
Mas fraco sou, úmido até de mais.
Confesso que agora chorei.

Penso, por que eu sofro?
Você nunca saberá.
Porque só eu sei,
Que eu chorei
E ele não ouviu.

Poema da meia noite.
Jean Wendrell
05/11/2013


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