Hoje confesso que
sofri,
A raiva bateu de
frente,
Fez-me lagrimejar
E chorei.
Chorei de raiva, de
ódio,
De sentimento que nunca
senti,
Nem dos momentos em que
ouvi,
Não, Sim, de momentos
inesquecíveis
Confesso que chorei,
Chorei como uma
criança,
Engoli o choro como um
menino.
Sabe, menino que chora,
então fui eu,
Não sei como dizer,
mais sofri.
Não sei se perceberam,
Mas não me olhei no
espelho.
Guardei o máximo de
mim,
Mas foi injusto da
parte dele.
Confesso que chorei de
raiva.
Até perdão eu falei,
mas não ouviu.
Solucei, mas não
ouviu.
Sofri, mas não ouviu.
Escutei, mas não
falei.
Doeu, e eu sofri.
Não culpo os céus,
pois é noite,
Poupo as estrelas,
porque está nublado,
Mas julgo os meus olhos
por ter chorado
E minha alma por ter
sentindo.
Queria ser pedra.
Confesso que falei,
Falei sozinho, comi um
pão
E chorei.
Nem para o espelho eu
olhei.
Julguei-me fraco.
Agora não confesso que
chorei,
Mas te falo:
Me arrependi, mas ele
não sentiu.
Queria ser pedra, ser
igual a ti.
Queria ser a terra do
nordeste,
Para poder ser forte.
Mas fraco sou, úmido
até de mais.
Confesso que agora
chorei.
Penso, por que eu
sofro?
Você nunca saberá.
Porque só eu sei,
Que eu chorei
E ele não ouviu.
Poema da meia noite.
Jean Wendrell
05/11/2013
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