As mudanças As mudanças frenéticas O tempo passa e nem percebemos como somos no dia a dia Viver uma aventura Tentar mais nas alturas Sonhar e ver de perto Perder e ganhar no futuro. Construir o passado no presente Sentir a brisa Viajar e sonhar. Ler e ler mais, Curtir os momentos Não deixar para depois Ser diferente. Tomar atitudes, Beber com calma Beijar com prazer Amei te conhecer. |
Perder as noites Ganhar o sol ao teu lado Viajar com os teus lábios Delirar no teu corpo Celebrar um mês, Beijar mais um, Tê-lo no meu dia E saber que estás aqui. Um copo de vinho me basta Um sorriso não me sacia A flor exala a alegria O vento te renova Abraçar-te é viver O tempo não existe As pessoas se tornam figurantes. Aos nossos passos O tempo se esvai por meio dos dedos. Mas algo fica. Minha mão encharcado com a tua Para guiar e ser guiado. Algo flui e sinto Sinto que ali entregamos O nosso tempo um para o outro. Taj Naej Um dia em que tudo fez sentido, só não me lembro quando. Leia do final para o início, de baixo para cima. |
...Na gaveta do Escritor...
sábado, 3 de setembro de 2016
Mudanças
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
August e os olhares
A
música ecoavam em seus ouvidos, gravados de pequenos anos já ouvidos
que, em poucos anos de vida e de muitas histórias vividas e
transvivida de cada olhar, passava diante de quem a música se ouvia.
Enquanto se agravava mais a quantidade do tempo que se percorria,
August olhava em volta, sente o aroma da vida, as corres reluziam
vida em todos os lados, os passos ligeiros faziam aquarelas diante de
todos. Tudo que acontecia em sua volta, sentia-se o ser mais único e
especial. Nada podia conter aqueles momentos de olhar as vidas com
suas vidas, pois nada pode ser comparado com a vida de cada ser.
A
música que lhe inundava os ouvidos e sentido no próprio íntimo.
Traz lembranças e sensações, retomam a vida com pensamentos ricos
de emoções, sensações, atos, fatos, conversas com parentes,
amigos, conversa de vizinho, em igrejas, casas, parques, ou seja, no
universo. Sendo que tudo é vivo para August e pelo August. Tudo se
passa nos próprios olhos, o que enche e aumentam as alegrias e
sensações.
Mas
ao mesmo tempo, os olhos de que olhava, se passava uma longa história
de quem imagina. As lembranças podiam ocorrer ou não, marcado pela
música, ambiente, situações. Mas entre todas elas eram as
circunstâncias, o que se torna uma vida outra vida, tudo e todos tem
um pouquinho de cada essência. Acabou a música, o ouvido já se
saciou, as lembranças se passaram em um piscar de olhos, o tempo
incontável, considerava August como a velocidade das pálpebras,
tudo se foi sentido, refletindo e transvidido nas essências de cada
ser.
Jean Wendrell
06/12/2015
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
A CARTA DA VELHICE
A CARTA DA VELHICE
Uma cidade frenética, sorrisos largos, passos ligeiros e vagos,
sons diferentes e iguais atordoavam os ouvidos. Berros e sirenes, um
era criança, outra emergência, tudo era diferente do anterior,
bistrô cheio, vazios, pouca gente, ocupadas com frases aleatórias,
sons e ruídos entre os passos dos atendentes.
A calçada velha, recapada, raízes tentando saltar o cimento
quebrado, uns rachados, ou até mesmo sem ser feitos. Aqueles passos
ligeiros desviavam das pedras e raízes.
As raízes que respiravam com dificuldade, reviviam as imagens de
outrora, sorrisos vazios sem dentes, mas com a alegria surpreendente.
Dois senhores já de idade avançadas conversavam de pernas
cruzadas, mãos com os dedos entrelaçados moviam-se sem separá-los.
Café na mesa, livro aberto, jornal desorganizado, folhas rabiscadas
como tinta azul, poucos números soltos pelas folhas davam um toque
de algo contábil.
Os velhos com sorrisos largos falavam, cantarolavam, faziam piadas e
até mesmo falavam uns palavrões, mas nada deixava de escapar dos
olhos aquela calçada que as pessoas desviavam. — que boa memória
essas pedras revelam! Como o tempo passa! — dizia o senhor de pele
branca e cabelos curtos, já o outro de roupa simples, óculos e com
o livro sobre o colo, balançava a cabeça confirmando a fala do
companheiro, e que cada palavra emitida, soada de cada boca,
batiam-se nas orelhas e voltavam como sorrisos e lembranças tão
distantes.
Os goles de cafés, folhas viradas, sorrisos transparente de
felicidade. Que tarde, melhor dizer, fim de tarde, dia cansativo de
leitura, estudos e desejo de conversar.
- Como antes era tudo diferente! O sol continua o mesmo, mas as
páginas dos livros já lido e relido traz imagens de lembranças
fixadas no tempo e com os reais detalhes e sensações.
- Concordo contigo! Lembra dos parques? Aquelas tardes frias que
íamos correndo para um lugar quente e aconchegante, você com aquela
vontade louca de me ver e conversar.
- Sim! Aqueles cafés que tomávamos, os sucos de laranjas! Tudo nos
vem à memória com um simples toque de algo no nosso paladar para
retomarmos a vívidas sensações e ações de estarmos próximos.
- Claro, mas tudo fazíamos diferente, eram momentos marcantes.
- Como você dizia, tudo era especial. Essa calçada na nossa
frente, não te traz a memória os nossos dias corridos? Que nem
tempo tínhamos para nos vermos? E quando nos víamos todos os dias?
Lembra? Era uma correria as vezes para te ver e depois ir estudar.
- A calçada continua a mesma, poucas mudanças, lembra de quando
andávamos as pressas sobre ela, até reclamávamos dos ajustes da
prefeitura na calçada?
- Pois é, o tempo mudou, a calçada não. Mas olhando para esse
café, lembra da nossa formatura? Dos amigos? E aquelas festas que
zuavamos um monte com os amigos? Que tempo bom e que continua
presente mesmo depois de tanto tempo! Éramos felizes e somos ainda.
- Nunca vou me esquecer daquelas festas, lembra do que você sempre
falava?
- Claro que me lembro, como se fosse hoje eu dizendo aquelas
palavras.
- E as viagens? Esse pedaço de bolo de chocolate não te lembra
algo?
- Sim, as curiosidades de experimentar o novo. Lembra das vezes que
eu te dava umas mordidas nos lanches? Comia as batatas roubadas? E
você sempre com aquele sorriso.
- Que bela amizade formamos, um companheirismo fiel e sincero.
- Sempre fiel e sincero. Você sempre trocava aqueles olhares,
sempre querendo me dizer algo, tínhamos conexões de como se
fossemos casados, amante um do outro, aquele amigo inseparável, um
do outro, para sempre, até hoje.
- Tantas coisas boas, valeram a pena!
- Sim, as vivi do teu lado. Obrigado.
- Lembra de muitas coisas e que cada detalhe que vemos, tocamos,
sentimos, te fazem lembrar de quando o casamento foi feito? Do
pedido? Do beijo?
-Lembro fielmente, momentos inesquecíveis. O teu olhar negro e os
meus de Escobar. Lembro do sorriso que dei no ônibus, do abraço
quente que sentia., do susto.
- Tudo é uma consequência de ago;
- Qual seria a consequência?
- O beijo no parque, o sabor dos teus lábios, o corpo quente e
coração acelerado. Eu lembro e fico feliz. Hoje aquela calçada nos
mostra uma realidade.
- Qual?
- A realidade de nossas mãos estarem entrelaçadas.
Jean Wendrell
12/09/2015
domingo, 26 de julho de 2015
Poltrona
Rasgo-me
a alma com os pensamentos.
Escuto os meus passos vagos,
Corredor estrala,
Paredes gemem!
Corredor estrala,
Paredes gemem!
Alguém
sussurra aos ouvidos,
Putas, putos gananciosos!
Vertem luxúria nas noites gélidas,
Transpassam o amor, tornam-se belicosos.
Putas, putos gananciosos!
Vertem luxúria nas noites gélidas,
Transpassam o amor, tornam-se belicosos.
O
meu peito ecoa distante,
pensamentos turvos atacam a alma,
tocam as veias.
O vento esbofeteia a cortina.
pensamentos turvos atacam a alma,
tocam as veias.
O vento esbofeteia a cortina.
Fim
do túnel com poltrona.
Gasta e velha, alívio de mentes!
Suas duas últimas amigas,
Lamentam os pensamentos.
Gasta e velha, alívio de mentes!
Suas duas últimas amigas,
Lamentam os pensamentos.
Curvam-se
as dobradiças.
Poltrona não aguenta e geme.
Velho morrendo!!!
Janelas gritam, flor baila!
Poltrona não aguenta e geme.
Velho morrendo!!!
Janelas gritam, flor baila!
Mais
um que a mente leva,
Mente que mente.
Sábia amiga, leve e suicida.
Corajosa ao vento.
Mente que mente.
Sábia amiga, leve e suicida.
Corajosa ao vento.
Mente
pegajosa.
Bloqueia o sangue,
Enfurece o coitado.
Morte da mente.
Bloqueia o sangue,
Enfurece o coitado.
Morte da mente.
Mente
da morte?
Morte da mente?
Morte da mente?
Fim
do túnel,
Fim da vida.
A viva poltrona
Anseia por mente!
Fim da vida.
A viva poltrona
Anseia por mente!
Pensamentos
mentem,
O chão se toca,
O corpo bailara loucamente,
Perdido, alma rasgada!
O chão se toca,
O corpo bailara loucamente,
Perdido, alma rasgada!
Na
queda se foi,
Mais uma mente,
Ideias da mente, maldita poltrona!
Confortou-lhe a mente!
Mais uma mente,
Ideias da mente, maldita poltrona!
Confortou-lhe a mente!
Jean
Wendrell
15/07/2015
15/07/2015
O vento
O vento
esbofeteou-me.
Esfolou-me a cara,
Partiu a vergonha
alheia,
Sorriu envergonhada.
Dança entre as
nuvens,
Flutua sobre os meus
cabelos,
Curtos e tristes
Tento sorrir.
Como velho bravejo,
Vasculho os cantos,
Nada a declarar.
Que tempo louco.
O relógio me avisa,
Hora de voltar.
Punhos cerrados,
Luto contra o vento.
Não vejo os teus
olhos.
Meu rosto esquenta,
Brisa gelada,
congela a minha alma.
Tento sorrir.
Jean Wendrell
21/07/2015
sábado, 25 de julho de 2015
Triste parque
-
Opa, desculpe!
-
Que isso, acontece as vezes.
Que
sorriso lindo! As curvas do lábio moldava-lhe o rosto, o contorno da
barba se exibia a cada movimento labial.
-
Sim, mas não acontece dessa forma brusca de uma corrida no parque.
-
Tudo bem… Bom, eu já vou indo. Boa corrida!
-
Obrigado!
O
diálogo não se estendeu muito, mas o depois que foi interessante,
vivemos intensamente, mas vamos por parte, lembra que te liguei? Aí
que começa a história.
Após
eu ter me esbarrado bruscamente em você no parque, parei de correr e
caminhei muito, caminhei pensativo. O teu sorriso radiante, atrativo
e vivo, emergia entre os meus pensamentos, como se já te conhecera
antes.
Oh
luz que apaga da memória a solidão que outrora ali se encontrava.
Na
aurora assim tão bela que me fez deixar cair a lágrima, como cai a
gota do orvalho.
Na
visão da beleza que me dominava, nos sabores de luzes que se
refletiam no lago.
Lago
onde os cisnes nadavam, as crianças brincavam e os adultos se
apaixonavam.
Ali
se foi a memória e a lágrima que outrora se encontrava você na sua
doce beleza.
Que
a aurora o apagou da minha memória a solidão, as cores e sensações
e com a tua beleza infinita, me fizeram feliz ao ver teu sorriso!
Depois
daquele singelo momento, nossa vida mudou, te liguei, conversamos,
saímos com mais frequência, dançamos muito! Cada beijo seu era uma
fonte de vida para os meus lábios, os teus toques fazia-me ressurgir
como a Fênix! Ah toques! Que perfeito deus és, formaste dentro de
mim uma viva alma, não viverei sem você nos meus pensamentos, que
loucura!
-Hey!
Desculpe-me, mas qual é o número do teu telefone?
Jean
Wendrell
25/07/2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Boa noite!
Boa noite! Má noite!
Divina noite! Fria e chuvosa noite!
Uma boa noite não é adequada, nem todos passam uma noite boa, por
que então dar a boa noite a alguém? Será que é recíproco? A
minha noite está tranquila, chuva sim, ah chuva que umedece a minha
cama, afofa as minhas gramas, cobre com a sua vida sobre as minhas
flores. Não se preocupe chuva, quando você parar, as minhas velas
poderão ser acessas de novo.
O meu caminho é tão claro que a luz do sol se torna inútil. Verei
negro, escuro, sem ar, mas sentirei a solidão de perto por
eternidade. Não te escuto mais, oh mãe natureza, rainha do deserto,
senhora das montanhas, deusas das matas. Acorrente-me em teus braços,
me envolva com o teu manto, tenta me aquecer com as tuas raízes.
Livra-me das lamúrias, súplicas, valores e sonhos. Faz-me um filho
órfão que sempre sonhou. Realize os sonhos de quem um dia passou
diante dos meus olhos. Unge com a gota do arrependimento, das
lágrimas atrasadas, da dor interna que dilacera a alma. A boca que
tocaste os meus lábios, faça-a sentir o salgado que escorre dos
olhos.
Oh senhor do tempo! Transcrevas as minhas palavras por eternidade,
toca-lhes a alma, faça-as sentirem o amor de um homem perdido no
século XXI, fazendo-os reviver as sensações do passado.
Não sou digno em ter uma outra chance nessa época, viverei e
lutarei para ser melhor futuramente. Use as minhas palavras para
escrever meu testamento, conte os meus casos, os desejos, os gostos.
Fale de mim, sonhe comigo, me veja como crês que estarei.
Leve consigo os meus versos, rasgue-os se quiser ou se aqueça com
eles nas noites frias. Olhe para os céus à noite, finja que me vê
nas estrelas, não derrube nenhuma lágrima, pois já o fiz, guarde-a para a tua velhice.
Não me fale de religião, não acenda nenhuma vela, me deixe
pensando, só com as minhas flores eu quero estar. Não são reais as
palavras, as orações guardem em vidrinhos para usar como enfeites na
estante.
Os abraços já frios, aqueça-se em outros corpos, pois de tanto
sentir a falta deles, dormirei eternamente sentindo-os como uma
simples lembrança vaga.
Amigos e colegas, sorriem para o amanhã, esqueça do passado,
costure o peito com linha e agulha, deixem as marcas como um livro
para gerações futuras, ensine-as crianças a não errarem.
Aqui deixo os meus sonhos, que mumificados estavam a tempos.
Uma boa noite a todos, sei que não será recíproca, pois dormirei
eternamente nesta noite e sentirás minha falta.
Jean Wendrell
22/07/2015
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